
EM JESUS, NÃO EXISTE FÉ SOLITÁRIA
Na Bíblia, a expressão “uns aos outros” aparece mais de 60 vezes (geralmente na forma imperativa) no contexto da vida em comunidade na igreja local.
Mais de 10 vezes ela insiste: "amai-vos uns aos outros".
Outras 32 passagens nos ajudam a entender como amar uns aos outros (Jo 13:34 e Rm 12:9,10).
“E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.” Atos 5.42
O que é uma celebração e o que é uma célula?
Uma Célula e uma Celebração é o Corpo de Cristo reunido em torno da Presença, do Propósito e da Palavra de Cristo para: edificar uns aos outros, levar o Evangelho aos perdidos, despertar dons espirituais, treinar e enviar novos líderes para fazerem discípulos de Jesus.
Imaginem que a igreja esteja reunida e todos comecem a falar em línguas estranhas. Se chegarem ali algumas pessoas simples ou descrentes, será que não vão dizer que vocês estão loucos?
Mas, se todos estiverem anunciando mensagens de Deus, e entrar ali um descrente ou alguém que seja simples, ele vai ouvir o que vocês estão dizendo e se convencer do seu pecado. E ele será julgado pelo que ouvir, os seus pensamentos secretos serão revelados, e ele vai se ajoelhar e adorar a Deus, dizendo: "Deus está mesmo nomeio de vocês!" 1 Coríntios 14:24-25
Existe um poder e um mistério no louvor coletivo que precisam ser valorizados. Milagres e maravilhas acontecem em nossa vida quando nos reunimos em louvor e adoração como estamos fazendo hoje.
Devemos crer na pregação da Palavra. Jesus fez isso e ordenou que fizéssemos. Os apóstolos fizeram e nos ensinaram a fazer. A pregação da Palavra é um momento precioso que deve ser estimado por você. Não permita que esse momento seja desperdiçado ou menosprezado pela falta de atenção ou pela preocupação com o horário. Faça anotações, elas te ajudarão a crescer e a compreender o que for ministrado.
A prática de pequenos grupos está por toda a Bíblia.
Jetro, cheio de sabedoria, observou que seu genro Moisés passava praticamente o tempo todo julgando e resolvendo as questões do povo hebreu, o que lhe era tremendamente estafante, não lhe restando tempo nem forças para outras atividades também importantes. Aconselhou-o então a dividir o povo em pequenos grupos com chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez para que resolvessem as questões básicas do povo. Moisés pode então exercer uma liderança eficaz entre o povo (Êxodo 18.1 a 27).
O ministério de Jesus foi o exemplo de uma célula.
Ele liderou por cerca de 3,5 anos um grupo básico de 12 pessoas e estes, após o Pentecostes, multiplicando-se mudaram a história do mundo e a nossa sorte.
A Igreja de Jerusalém se reunia no templo judeu e nos lares (Atos 2.46 e 47 e 5.42). Em Atos 20.20 Paulo anunciava o evangelho de casa em casa.
No capítulo 16 da carta de Paulo aos romanos ele faz recomendações e saudações a vários líderes dirigentes (pastores) de igrejas caseiras, conhecidos e treinados por ele na Ásia, inclusive mulheres (Priscila e Áquila, Epêneto, Maria, Andrônica e Junia, Urbano, Trifena e Trifosa, Pérside, Júlia e outros, além de Febe). Cita ainda nominalmente 5 igrejas caseiras (versos 5,10,11,14 e 15). Outras citações: I Coríntios 16.19; Gálatas 1.2; Filipenses 4.22; Colossenses 4.15; Filemon 2.
Não nos surpreende que as "igrejas caseiras" tornaram-se o ponto chave no crescimento do evangelho e da fé cristã.
As células são muito importantes na vida de nossa igreja e no dia a dia da vida cristã. Pedro disse: “servi uns aos outros, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pedro 4.10).
Portanto, o corpo de Cristo deve servir uns aos outros distribuindo graça. A graça vem de Deus, então nós a distribuímos, nós a administramos. Nós a recebemos e a administramos. Essa é a definição de um dom espiritual.
Um dom espiritual é uma forma de distribuir graça, ou seja, recebê-la na vertical e torná-la horizontal. E nós cremos que isso acontece significativamente, e de maneira importante em ambientes de pequenos grupos, os quais chamamos de células.
Observação: o ideal é que a célula possua um ambiente de acolhimento e liberdade. Porém, ainda que sua célula não possua um ambiente tão livre para compartilhar e tão amoroso para que você se sinta à vontade, ainda assim, nesse ambiente você pode crescer muito mais do que se isolando dos irmãos.
Portanto, o compartilhamento através da célula é fundamental para o desenvolvimento da vida com Deus de cada membro. E aqui estão as 7 razões porque precisamos da celebração de domingo e das células nas casas:
1. Na Celebração ouvimos a Palavra e nos comprometemos com ela, na célula Respondemos de forma prática à Palavra.
Nossas únicas respostas à pregação da Palavra no culto com a multidão é louvor, a oferta, momentos de oração e conversas superficiais.
Na célula podemos pedir oração individualmente, compartilhar nossas necessidades, ajudar com nossos dons (todos possuem algum tipo de dom), desenvolver relacionamentos profundos, compartilhar a Palavra num nível bem pessoal, etc.
Embora a pregação da Palavra seja essencial, a célula é a ferramenta que ampliará a possibilidade de praticar a Palavra.
a) A passividade ao ouvir um sermão faz parte da nossa fraqueza humana.
Muitos cristãos são especialistas em ouvir pregações. Esse é um hábito que deve ser cultivado, mas é preciso entender que pregação sem ação não produz nada.
Jesus disse que “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” (Mateus 7.24-27).
b) A célula nos ajuda a praticar a Palavra.
A mensagem de domingo pode produzir em nós um nível de convicção, mas se não há alguém para pressionar quanto à direção que sua vida deve tomar, é muito fácil abandonar aquela convicção e esforço pela aplicação.
2. Na celebração é fácil fugir de resolver seus problemas, na célula você terá maiores oportunidades de compartilhar seus problemas e ser ajudado.
Se lágrimas surgirem nos seus olhos durante a celebração, você pode, provavelmente, ir embora sem ninguém perguntar “por quê”. Mas, se ocorrer na sua célula, provavelmente não. Não se for um bom pequeno grupo. Eles lhe perguntarão: “Podemos ajudar?”.
1Pe 1.22 “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente,”
3. Na celebração é fácil ocultar seus dons e prorrogar a sua atuação ministerial. Na célula você tem maiores chances de atuar no dom que recebeu do Senhor.
1Pe 4.10 “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.”
Gl 5.13 “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.”
4. Na celebração a chance de se tirar uma dúvida é praticamente nula. Na célula você tem maior oportunidade de fazer perguntas para crescimento.
Uma pregação não é um diálogo, nem deveria ser. Entretanto, perguntar é uma chave para entender e se não há lugar na sua vida para crescer em esclarecimento e aplicação você fica privado de maior crescimento.
5. Na celebração não existe possibilidade de prestarmos conta de nossa vida a ninguém. Na célula temos o ambiente ideal para a Prestação de contas CONFIRMANDO A PRÁTICA DA PALAVRA.
Se alguém, que está próximo de você, souber o que você pretende fazer em resposta à Palavra, haverá maiores chances de você realmente fazer.
Gl 6.8 “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.”
Fl 2.4 “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.”
Rm 14.13 “Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.”
6. Na celebração a oração é coletiva. Na célula podemos ter maior apoio em oração para uma necessidade, convicção ou decisão específica.
Muitas pessoas e até mesmo os líderes, pensam que o pastor deve orar por todas as pessoas, mas um líder honesto ensinará que o ministério da oração uns pelos outros é de todos os crentes e se ele não ensina assim, dentro da alguns anos essa igreja se tornará preguiçosa e dependente de seu líder.
Mas, ao contrário do pastor, pequenos grupos podem lidar com duzentos, trezentos, mil e até mais pessoas. Na verdade eles podem lidar com centenas e milhares de pessoas muito melhor do que o pastor pode no fim de um culto.
Quantas bênçãos nós estamos perdendo não estando cercados por 5 ou 10 irmãos e irmãs clamando a Deus conosco, por aquilo que tão desesperadamente precisamos.
Tiago 5.16 “confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.”
1Ts 5.11 “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo.”
1Co 12.25 “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.”
7. Na celebração somos treinados pela pregação da Palavra. Na célula somos treinados na prática da Palavra e no relacionamento com os irmãos.
2Tm 2.2 “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.”
Ef 4.11-13 “E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.”
Conclusão
Essas são 7 boas razões que acreditamos sustentar nossa prática de células.
Você deve realmente crer nisso.
Se as pessoas só conhecem adoração coletiva em sua vida cristã e nenhum tipo de “estar junto” menor, de dar e receber, de perguntar e prestar contas, de amar e apoiar, de estar ali e orar, essas pessoas estão perdendo muitas bênçãos e negando o estilo de vida que Jesus nos ensinou: juntos em comunidade.