
Um chamado
para seguir Jesus com radicalidade
Ao ouvirem isso, muitos
dos seus discípulos disseram: "Dura é essa palavra. Quem consegue ouvi-la?
"
E prosseguiu:
"É por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser que
isto lhe seja dado pelo Pai".
Daquela hora em
diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.
Jesus perguntou aos
Doze: "Vocês também não querem ir? "
Simão Pedro lhe
respondeu: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna.
Nós cremos e
sabemos que és o Santo de Deus".
João 6:48-69
Se o Cristo
crucificado e ressurreto é o nosso Senhor, nós somos os seus servos; se Ele é o
nosso mestre, nós somos seus discípulos.
O discípulo
de Cristo (isto é, aquele que segue a Cristo) é responsável por algumas
atitudes. E hoje eu gostaria de conversar com vocês sobre algumas atitudes que,
segundo o Evangelho de Jesus são inegociáveis e inadiáveis.
1. OUÇA ATENTAMENTE SEU
MESTRE
A importância
de ouvir atentamente para crer corretamente, se entregar totalmente e viver
plenamente.
Jonh Stott
diz que “embora todos os órgãos do nosso
corpo devam ser consagrados e apresentados a Deus (inclusive nossos olhos e
lábios, nossas mãos e pés), nós deveríamos fazê-lo em especial com relação aos
nossos ouvidos.”
Todo
discípulo de verdade é um ouvinte.
Tiago faz um
apelo, para que sejamos “rápidos para ouvir”.
Você já
conversou com alguém que não estava te ouvindo? é terrível e falta de educação.
Mesmo achando terrível, fazemos isso com frequência com o próprio Deus.
Deus fala conosco!
Uma das verdades que mais distinguem o Deus da revelação bíblica é que ele
é um Deus que fala. Ao contrário dos ídolos pagãos - que, sendo mortos, são
mudos - o Deus vivo falou e continua falando.
E, já
que Deus fala, nós devemos ouvir. Este é um tema constante no Antigo
Testamento, em todas as três das suas divisões principais. Na Lei, por exemplo:
"...amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à sua voz". E nos
escritos da Sabedoria: "Oxalá ouvísseis hoje a sua voz!" Existem
também muitos exemplos nos Profetas. Em que residia a "dureza de
coração" da qual Deus vivia reclamando para Jeremias? Era porque o povo
"se recusa a ouvir as minhas palavras"." O trágico nesta
situação é que o que fazia de Israel um povo especial, diferente, era precisamente
o fato de Deus tê-lo chamado e falado com ele. Mesmo assim, ele não ouvia nem
respondia. O resultado foi juízo: "Visto que eu clamei e eles não me
ouviram, eles também clamaram e eu não os ouvi". Então Deus enviou seu
Filho, dizendo: "Eles ouvirão ao meu Filho". Mas, ao invés disso,
eles o mataram. A epígrafe gravada na lápide da nação de Israel e de muitos de
nós poderia ser: "O Senhor Deus falou ao seu povo, mas ele recusou-se a
ouvir".
Deus nos fala pelas Escrituras (Palavra escrita) e pelo
Filho (Palavra encarnada).
As escrituras nos mostram Jesus e Jesus nos mostra o Pai. AS escrituras
anunciam a chegada daquele que seria o Salvador dos homens Hebreus diz “Há muito tempo Deus
falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos
profetas,
mas nestes últimos
dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas
e por meio de quem fez o universo.
O Filho é o
resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas
as coisas por sua palavra poderosa.”
Hebreus 1:1-3
E Jesus disse: “quem me vê a mim, vê o Pai que me enviou”.
E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: Mateus
15:7-11
E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a
ele ouvi. Lucas
9:28-36
"Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica
é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não
caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas
minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa
sobre a areia.
Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela
caiu. E foi grande a sua queda".
Mateus 7:24-27
2. RENOVE SUA MENTE E
PURIFIQUE SUAS EMOÇÕES
Devemos amar o Senhor nosso Deus com todo o nosso coração, alma,
entendimento e força (Mc 12.30). Nossa mente deve ser renovada e nossas
emoções purificadas, nossa consciência deve estar sempre limpa e
nossa vontade submissa à vontade de Deus. (Rm 12.2; Ef 4.23, Ef 4.26; 1
Pe 1.22; At 24.16; Mc 14.36; Mt 6.10; Cl 4.1)
Uma das exigências do discipulado é que aquilo que conhecemos
acerca de Deus, mude tudo o que conhecemos sobre nós mesmos.
Renove sua Mente
"Irmãos,
não pensem como crianças. Quanto ao mal sejam crianças, mas no modo de pensar
sejam adultos" 1 Co 14.20 (BLH)
É
verdade que Jesus nos disse para sermos como crianças, mas ele estava falando
em relação à atitude simples e sincera de dependência do Pai. Ele não estava
dizendo que precisamos imitar as crianças em tudo. Mas em nossa maneira de pensar, temos de
crescer, tornar-nos maduros.
Purifique suas Emoções
Existe uma cultura machista que ensina que Chorar, é estritamente para
mulheres e apenas para crianças, nunca para homens.
Mas
quando olhamos para o homem mais macho de toda a história, descobrimos que
homem de verdade expressa suas emoções. Este é Jesus Cristo. As escrituras
falam de um Deus que se ira ardentemente contra o pecado e que ama vulnerávelmente(Os 11.8-9). Descobri também que Jesus de Nazaré, o perfeito ser humano,
não era um "machão durão", um asceta sem emoções. Pelo contrário, li
que ele expulsou os hipócritas com raiva, que ele olhou para um jovem líder
rico e o amou, que tanto podia regozijar-se em espírito como suar gotas de
sangue em agonia espiritual, vivia se compadecendo das pessoas e até rompeu em
lágrimas duas vezes em público.
Com
todas estas evidências, é óbvio que nossas emoções não são para serem
reprimidas, já que elas têm um lugar essencial em nossa natureza humana e,
portanto, em nosso discipulado cristão.
A mente controla as emoções
Em nossos dias, o freudianismo popular, que ainda não captou inteiramente
o que Freud queria dizer com "repressão", tem ensinado o perigo de
reprimir as nossas emoções.
Mas os cristãos não podem deixar-se guiar por tais ensinamentos, dando
livre curso a suas emoções, pois todo o nosso ser humano foi corrompido e
deturpado pelo pecado original — inclusive as nossas emoções.
3.RE-DESCUBRA E VIVA INTENSAMENTE O SEU CHAMADO
• O CHAMADO DE TODOS NÓS: PREGAR
O EVANGELHO DE JESUS E FAZER DISCÍPULOS
1º Como eu
posso falar de Jesus(sua vida-morte-ressurreição) aos meus amigos e parentes
sem me parecer um fanático?
2º Como eu
posso influenciar para o Bem (justiça, paz e alegria no Espírito Santo) meus
amigos e parentes?
• O CHAMADO INDIVIDUAL: EDIFICAR OS
IRMÃOS COM MEUS DONS E TALENTOS
1º Como estou
ajudando meus irmãos(ãs) na fé a Crescerem na semelhança de Cristo?
2º Estou me
reunindo com meus irmãos para nos desafiarmos uns aos outros além da
celebração?
4. FIQUE FIRME NA ÚNICA
COISA QUE IMPORTA PARA DEUS: NO AMOR
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
Galatas 5.22-23
Qual é a principal marca distintiva de um cristão? Qual é o
símbolo que comprova a autenticidade dos filhos de Deus? A resposta varia de
pessoa para pessoa.
Uns dizem que o que distingue o cristão verdadeiro é a verdade, a ortodoxia, a
convicção certa, a fidelidade às doutrinas da Escritura, aos Credos, e às
Confissões da Reforma. E está certo. A verdade é sagrada. A sã doutrina é vital
para a saúde da igreja. Nós somos exortados a "combater o bom combate da
fé", a "guardar o bom depósito" do evangelho, a "permanecer
firmes e guardar as tradições que nos foram ensinadas", e a "batalhar
diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos".
Nunca devemos esquecer estas solenes advertências.
Entretanto,
"Ainda que... conheça todos os mistérios e toda a ciência... se não tiver
amor, nada serei". Além disso, "o saber ensoberbece, mas o amor
edifica". Portanto, o amor é maior do que o conhecimento.
Outros
insistem em dizer que o que distingue um discípulo de verdade é a fé. "Concluímos,
pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da
lei."(Rm 3.28)
Apesar
disso, "ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se
não tiver amor, nada serei"(1Co 13). O amor é maior do que a
fé.
Um terceiro grupo enfatiza que a marca distintiva do cristão
é a experiência espiritual. No entanto, "Ainda que eu fale as línguas dos homens e
dos anjos" e "ainda que eu tenha o dom de profetizar"
(reivindicando, assim, uma comunicação direta com Deus), "se não tiver
amor, nada serei"(1 Co 13.1-2). Assim, o
amor é maior do que a experiência.
Um
quarto e último grupo — por sinal, gente de natureza muito prática — enfatiza o
serviço, especialmente o serviço aos pobres, como sendo a marca
distintiva do povo de Deus. Mais uma vez, está certíssimo! Sem boas obras, a fé
é morta.
Contudo,
"ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que
entregue o meu próprio corpo para ser queimado" (quem sabe em um gesto
heróico de sacrifício), "se não tiver amor, nada disso me
aproveitará"(1 Co 13.3). Assim, o amor é maior do que o serviço.
Resumindo,
o conhecimento é vital, a fé é indispensável, a experiência religiosa é
necessária e o serviço é essencial; Paulo, contudo, dá precedência ao amor. O
amor é a coisa mais importante do mundo, pois "Deus é amor"(1Jo 4.8, 16) no mais
íntimo do seu ser. Pai, Filho e Espirito estão eternamente unidos um ao outro
em amor que se doa pelo outro. Portanto, aquele que é amor e que derramou o seu
amor sobre nós convida-nos a devolver esse amor, amando a ele e também uns aos
outros. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro."(1Jo 4.19) O amor é
a marca principal, o selo de excelência, o símbolo supremo que distingue o povo
de Deus. Nada pode desarraigá-lo nem substituí-lo. O amor está acima de tudo.